No jornal O PÚBLICO, de ontem dia 16 de dezembro,
vinha uma reportagem com o título seguinte: RELATÓRIO OFICIAL REVELA QUE
TROPAS PORTUGUESAS DECAPITARAM EM ANGOLA.
Depois em letra mais
pequena, dava conta da descoberta na Torre do Tombo de um documento de 1961 que
mostrava que militares portugueses participaram em decapitações ritualizadas,
na sanzala de Mihinjo cerca de 20
kms de Luanda...
Esta notícia é publicada
quando perfazem 40 anos sobre o infeliz acontecimento do massacre de Wiriyamu em Moçambique, em que tropas
portuguesas, participaram e executaram centenas de pessoas numa aldeia perto de
Tete, uma zona operacional na altura...1972.
Se a Guerra Colonial nas antigas colónias de Angola, Moçambique e Guiné, foi palco de muita asneira e de grande
sofrimento para as populações e para os próprios intervenientes, militares
portugueses e os combatentes dos movimentos nacionalistas, e que já foram
escrutinadas e analisadas de diferentes modos, em programas como por exemplo de
Joaquim Furtado, com o título “A GUERRA”
exibido pel RTP recentemente e que ilustra com muito rigor e imparcialidade o
que se passou nessas guerras e campos de batalhas, outras publicaçações
escritas, deste modo foram fazendo um histórico qur permitiu a todos os
intervenientes um relato ambivalente, de modo a sossegar as consciências e
partir rumo ao futuro, mais justo e democrático para Portugal e os novos
Países, Angola, Moçambique e Guiné Bissau.
O QUE ME DEIXA MAIS INTRIGADO É PORQUÊ AGORA ESTE DESENTERRAR DE UM
TEMA QUE JÁ ESTÁ ASSUMIDO POR TODOS E INCLUSIVE, TODOS FAZEM PARTE DE UM
CONJUNTO DE NAÇÕES, COM A SIGLA CPLP, QUE VISA O DESENVOLVIMENTO SOCIAL E
ECONÓMICO DE TODOS, NUM CLIMA DE PAZ, PROGRESSO E RECONHECIMENTO DAS SUAS DIFERENTES
VIAS, SEMPRE VISANDO O BEM DAS SUAS POLULAÇÕES!
Este remexer no passado
mais negro, não beneficia ninguém, poderá apenas desenterrar alguns fantasmas,
que nada contribuem para o bom entendimento de todos.
A História faz-se de factos que acontecem e jamais podem ser
mudados ou negados! Então porque repetir julgamentos e análises a situações que
já são passado? Porquê este sensacionalismo escusado?
Não vale a pena estar
agora a separar outra vez os lados dos Bons e dos Maus. Espicaçar sentimentos adormecidos
e contidopela voz da razão e do convencimento de que sempre irão existir estas
duas facetas em teatros de guerras. O Homem como ser civilizacional é assim,
sempre será e só temos que lutar para que a Razão dos bons argumentos vença
sempre sobre as más convicções dos que através da violência e
prepotência,pretendam impor as suas ideias e ações!
Por isso, entendo que este
tipo de reportagens não acrescenta nada de positivo nos tempos de agora, em que
se deseja um cada vez maior estreitamento das relações institucionais e que
bons frutos tem dado ao fim dos últimos quarenta anos!
Eu como ex-combatente
nesses cenarios de guerra, mais precisamente em Angola, sei do que falo, estive
presente no terreno e tirei as minhas conclusões e raciocínios...
Não é deste modo que
melhoraremos o relacionamento entre todos os novos países, de expressão
portuguesa, relembrando constantemente, velhos fantasmas desta temática, tão
sensivel para todos nós. E continuo convencido de que se fôssemos por aí,
muitas consciencias, se sentiriam muito mal, pelos seus erros cometidos e que
depois apareceram como salvadoras da Patria e da Democracia...
Documentos reais de
personalidades como Rosa Coutinho, já como representante do governo português,
em Angola, com o título de Governador e autor de incentivos á violência sobre a
população branca residente em Angola, do modo a forçar a sua retirada para
Portugal e estabelecer um regime de base comunista de cuja ideologia era um
arreigado servente. Este documento pode ser lido no Blogue “ANGOLA TERRA NOSSA” de Rogéria Gillemans....
Se fôssemos por aqui muito
haveria a escrever e noticiar! Acham que vale a pena desenterrar estes
fantasmas, snr. Jornalistas do Público, ou outros meios de comunicação?
Portanto não continuemos a querer ser mais papistas do que o Papa e
saibamos aceitar os factos e ventos da História. Avancemos sempre rumo ao
Futuro, melhorando o que tem de ser melhorado, aprendendo com os erros, sem os
repetir sucessivamente.Isso sim é que é imperdoável: Não aprender com os erros!
Jorge Madureira
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