quinta-feira, 13 de maio de 2010

INTERVALO NA "GUERRA"... TRISTEZAS E ALEGRIAS!


A foto acima documenta um caso muito triste que aconteceu com um dos TECO TECO que vinham trazer-nos os alimentos frescos. Este já depois de ter descarregado a sua carga e na volta a Luanda, o piloto levava consigo dois passageiros de boleia, o nosso Padre Capelão e um Cabo especialista na análise das Águas. Só que já depois de ter levantado vôo e ao fazer a segunda passagem á pista para se despedir, e já com o segundo avião em pleno ar, o motor do pequeno avião parou súbitamente e já no fim da pista caiu em pique, capotou, e em fracções de segundos três vidas se perderam perante os nossos olhos estarrecidos com o "espectáculo"! O outro avião voltou para trás e o desespero do segundo piloto era confrangedor ao ver o que tinha sucedido com o colega e os dois militares... enfim a guerra no seu lado mau e obscuro.
E eu que tinha ido meses antes tanbém a Luanda de boleia, quando em serviço no estágio, de certo modo verifiquei que as coisas acontecem quando têm de acontecer...fiquei vacinado contra outros medos!






Ir a Luanda em serviço ou férias significava um potencial de boas surpresas para quem quisesse descobrir a cidade na sua oferta turística, nas especialidades gastronómicas, grelhados, peixe deliciosos, bem temperado, o provar as comidas tradicionais, como a moamba de peixe, marisco, carnes das melhores que tinha provado, enfim foi um fartar vilanagem, já que dinheiro, sempre tinhamos algum...
E era aqui que os meus raciocínios voltavam sempre áquele ponto de questionar o porquê da não resolução do problema militar pela negociação, atempada e podendo fazer com que o decurso da História tivesse outro desfecho! Mas estava escrito de que não seria por essa via...
Passadas as três semanas lá voltamos de novo a Zemba, já mais conhecedores da logistica da Manutenção, e com muitas saudades da capital...já estava a planear as minhas próximas férias!
Em Zemba a situação era calma, as operações faziam-se mas sem grandes "contactos" com os "combatentes" do MPLA, confirmava-se a ideia de que a solução teria de ser outra. Portanto o que tínhamos de fazer era cuidar de que pelo menos a nossa presença fosse útil para as populações,(poucas) que viviam na imediação do quartel.Já em 1973, o ano ia correndo célere e nós já íamos fazendo planos para o próximo lugar onde permaneceríamos até ao fim da comissão.
Fui dos últimos a apanhar a malária, mas lá chegou a minha vez. Febres altas, Resoquina em doses fortes, perda de apetite, só sopas, mas fiquei vacinado para o resto da Comissão!


E esse tempo chegou em Julho, quando recebemos a informação do destino do nosso Batalhão: Norte de Angola, Vila de Maquela do Zombo, onde ficaria a C.C.S, perto da fronteira com o então ZAÌRE, de Mobutu... A C.CAÇ 3535 iris para PONTE DE ZADI,um aquartelamento sem praticamente população envolvente e um rio do mesmo nome ZADI, muito importante e com uma ponte também de certa dimensão em cimento armado, na estrada em direcção ao BÈU, onde ficaria a C.CAÇ 3537. A outra C.CAÇ 3536 foi destacada para o aquartelamento "Fazenda Costa".
Havia que arrumar as coisas e esperar pelos "maçaricos" que nos vinham render e já estávamos a preparar as praxes á nossa maneira...já agora!

1 comentário:

  1. eu estava la quando isso aconteceu por sinal na enfermaria quando ouvi o embate e fui logo a correr e fiquei desolado pois tinha perdido dois camaradas o Alferes capelão e o cabo analista eu fazia parte do pelotão de morteiros 3029
    era o setubal mais conhecido pelo Filho _da_ti_maria era condutor

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